23 de dezembro de 2020
Lançamentos de 2020 – as escolhas da equipe Clandestina
Confira alguns dos trabalhos mais bacanas lançados durante o anoArtes Cênicas
Por Redação Clandestina
Que ano maluco, esse 2020.
Cancelou alguns de nossos projetos, sugou nossa rotina e adiou nossos sonhos. Nos tirou pessoas queridas. Desacomodou a todos, invariavelmente. Mas 2020 também nos ensinou algumas lições - para uns talvez da pior forma possível -, como ter paciência e flexibilidade. Não dá mais para viver como antes, tampouco sabemos como será o amanhã, mas aprendemos o quanto precisamos do coletivo e como é urgente reinventar a si mesmo.
O vírus transformou nossa forma de viver, tensionou disputas políticas e escancarou algumas desigualdades históricas. Solidão, raiva, medo e saudade foram alguns dos sentimentos mais presentes desse ano. E para embalar todos eles, fizemos da arte nossa companhia fiel. A música, a literatura, o audiovisual, a dança, a gastronomia e as artes cênicas e plásticas remoldadas para o virtual estiveram conosco. Com todos contratempos, os artistas seguiram criando ao longo de 2020 e a gente pode testemunhar trabalhos maravilhosos de dentro de casa. Por isso, reunimos as escolhas da equipe Clandestina com alguns dos lançamentos mais legais desse ano.
O grupo carioca Casuarina comemorou seus 18 anos de trajetória no samba com um EP ao vivo, lançado em março deste ano. Entre as faixas, clássicos como "Disritmia" e "Canto de Ossanha".
Grupo Virouzueira, uma das bandas de samba e pagode mais conhecidas de Porto Alegre, lançou seu novo EP "Nossa Cara", em novembro, com músicas inéditas. Destaque para a faixa "Faz o que Quiser".
Álbum "Tijolo por Tijolo", da cantora Alcione. Grande dama do samba, a Marrom reforça em seu novo trabalho sua essência romântica ao cantar doçuras e dissabores de histórias de amor, como nas faixas "Fascíno" e "Lençóis".
Álbum visual da Luedji Luna, "Bom mesmo é estar debaixo d'água"
Álbum "Onde?", de Fran (francisco gil) e Chico Chico, com músicas de Sergio Sampaio, Itamar Assumpção e Luiz Melodia ❤️ Lindo demais
E daqui tem dois álbuns que não saem do meu repeat: "Inteiro metade", do Tagua Tagua, e "Abrir", do Pedro Cassel
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Indica podcast (Grupo Jogo)
Transversalidades poéticas (projeto de oficinas gratuitas e formação constante para profissionais, de SP)
Livro "Dança: o enigma do movimento" (Mônica Dantas)
A Maratona Kamikaze, 24h de evento com bailarinos dançando 24h seguidas. Foi surreal.
Vale um destaque pro Porto Alegre em Cena pela resistência de produzir um festival nesse ano e repensar o formato para o contexto pandêmico.
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“Para o meu coração num domingo”, da Wislawa Szymborska (Cia das letras)
“Canções de atormentar”, da Angélica Freitas (Cia das letras)
“Poesia completa”, de João Cabral de Melo Neto (Alfaguara)
EP “Texas Sun”, da banda Khruangbin com Leon Bridges, e “Ciclos”, de Ariele
Série “I May Destroy You”, de Michaela Coel
Podcasts “Praia dos Ossos” de Branca Vianna e Flora Thomson-DeVeaux
Série “Ô de casas”, de Monica Salmaso
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Livro Corpos Secos, de Luisa Geisler, Marcelo Ferroni, Natália Polesso e Samir Machado
Filme Aos Olhos de Ernesto, da Ana Luíza Azevedo
Álbum Letrux Aos Prantos, da Letrux
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Álbum 'Abrir', primeiro de Pedro Cassel, lançado em setembro pelo selo Escápula Records em parceria com Juba Cultural e Estúdio 12. O músico canta e toca desde os 11 anos de idade, mas só se apresentou em público em 2016, aos 27. O álbum conta com letras bastante intimistas e poemas musicados. É uma delícia do início ao fim.
Curta-metragem 'O que pode um corpo?', de Victor Dimarco, lançado em 2020. Conta com a direção e atuação de Victor Di Marco e também do cineasta Márcio Picoli. O filme aborda a experiência de ser um artista e uma pessoa com deficiência, a trajetória de enfrentamento ao preconceito e a busca pela auto-aceitação.
O livro 'O avesso da pele', de Jeferson Tenório. Conta a história de Pedro, que, após a morte do pai, assassinado numa desastrosa abordagem policial, sai em busca de resgatar o passado da família e refazer os caminhos paternos. Com uma narrativa sensível e por vezes brutal, Jeferson Tenório traz à superfície um país marcado pelo racismo e por um sistema educacional falido, e um denso relato sobre as relações entre pais e filhos. É um romance sobre identidade e as complexas relações raciais, sobre violência e negritude.
Disco ‘Kiai II’, do grupo KIAI, formado no extremo sul do país, mais precisamente na cidade de Rio Grande. O disco, que sucede ‘Além’, de 2018, foi gravado ao vivo em apenas dois dias, no estúdio da Pedra Redonda, na Zona Sul de Porto Alegre. Wagner Lagemann assina a produção, mixagem, masterização e manipulação de efeitos sonoros.